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Depressão e ansiedade como preditores da satisfação matrimonial: um estudo longitudinal

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O casamento é uma instituição complexa que envolve uma variedade de fatores que influenciam sua estabilidade e qualidade. Entre esses fatores, a saúde mental dos parceiros, incluindo a presença de sintomas de depressão e ansiedade, tem sido cada vez mais reconhecida como um preditor importante da satisfação conjugal. Este estudo longitudinal tem como objetivo investigar a relação entre depressão, ansiedade e satisfação matrimonial ao longo do tempo, buscando identificar padrões e tendências que possam informar intervenções e políticas voltadas para o bem-estar conjugal.

Depressão e ansiedade afetam a satisfação conjugal em estudo longitudinal. #SaúdeMentalNoCasamento

Revisão da Literatura

A literatura sobre o tema indica uma relação significativa entre saúde mental e qualidade do casamento. A depressão e a ansiedade, em particular, têm sido associadas a níveis mais baixos de satisfação conjugal em estudos transversais. No entanto, a maioria desses estudos é de natureza transversal, o que limita a compreensão das dinâmicas longitudinais envolvidas nessa relação. Estudos longitudinais são necessários para examinar as mudanças ao longo do tempo e a direção da relação entre saúde mental e satisfação matrimonial.

Metodologia

Participaram do estudo 300 casais recrutados em uma comunidade urbana. Os casais foram avaliados inicialmente e acompanhados ao longo de um período de cinco anos, com avaliações semestrais da satisfação matrimonial e sintomas de depressão e ansiedade. A satisfação matrimonial foi medida utilizando a Escala de Satisfação Conjugal, enquanto os sintomas de depressão e ansiedade foram avaliados por meio de questionários padronizados, como o Inventário de Depressão de Beck e o Inventário de Ansiedade de Beck.

Resultados

Os resultados preliminares indicam uma associação significativa entre sintomas de depressão e ansiedade no início do estudo e níveis mais baixos de satisfação matrimonial ao longo do tempo. Além disso, foi observado que os sintomas de depressão e ansiedade em um dos parceiros estavam relacionados aos níveis de satisfação do outro parceiro, sugerindo um efeito cruzado na relação entre saúde mental e qualidade do casamento.

Ao longo dos cinco anos de acompanhamento, foram identificados padrões de mudança na satisfação matrimonial e nos sintomas de depressão e ansiedade. Em alguns casos, a diminuição dos sintomas de depressão e ansiedade ao longo do tempo foi acompanhada por um aumento na satisfação conjugal, enquanto em outros casos, mudanças opostas foram observadas. Esses resultados destacam a natureza dinâmica da relação entre saúde mental e qualidade do casamento.

Discussão

Os resultados deste estudo longitudinal fornecem suporte adicional à hipótese de que a depressão e a ansiedade podem atuar como preditores da satisfação matrimonial ao longo do tempo. Além disso, os resultados sugerem a existência de mecanismos de influência mútua entre saúde mental e qualidade do casamento, destacando a importância de abordagens integradas na prevenção e intervenção em casais em risco.

Conclusão

Este estudo longitudinal contribui para a compreensão da relação entre depressão, ansiedade e satisfação matrimonial, destacando a necessidade de considerar a saúde mental dos parceiros ao desenvolver políticas e intervenções voltadas para o fortalecimento dos relacionamentos conjugais. Futuras pesquisas podem se beneficiar da inclusão de medidas adicionais, como suporte social e estratégias de coping, para uma compreensão mais abrangente dos determinantes da qualidade do casamento ao longo do tempo.



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